11/19/17

Amor, Guerra de Todos Nós


Amor, Guerra de Todos Nós
Que diferença há entre a esperança e o amor? Em ambos os casos, há desejo. Mas a esperança é um desejo que se refere ao irreal; o amor, um desejo que se refere ao real. Poder-se-ia objetar que, quando a criança espera seu brinquedo, este é bem real... Sim, na loja, atrás da vitrine. Mas o que a criança espera não é o brinquedo na loja é o brinquedo em casa, a posse do brinquedo, e isso não é, isso é irreal. Só esperamos o que não é; só gostamos do que é.
O que é o amor?

o amor é alegria. É uma definição que encontramos no livro III da Ética: O amor é uma alegria que a ideia da sua causa acompanha. É uma definição de filósofo, abstrata como convém, mas tentemos compreendê-la. O que isso quer dizer? O seguinte, que já encontrávamos em Aristóteles:"Amar é regozijar-se" ou, mais exatamente (já que é necessária a ideia de uma causa), regozijar-se com. Um exemplo? Imagine que alguém lhe diga esta noite, daqui a pouco: "Fico contente com a ideia de que você existe." Ou então: "Há uma grande alegria em mim; e a causa da minha alegria é a ideia de que você existe." Ou ainda, mais simplesmente: "Quando penso que você existe, fico contente..." Você vai considerar isso uma declaração de amor, e evidentemente com razão. Mas terá também muita sorte.
Primeiro porque é uma declaração spinozista de amor, o que não acontece todos os dias (muita gente morreu sem ter entendido isso; aproveite!). Depois, e principalmente, porque é uma declaração de amor que não lhe pede nada. E isso é simplesmente excepcional. Vocês irão objetar: "Mas, quando alguém diz 'Eu te amo', também não está pedindo nada..." Está sim. E não apenas que o outro responda "eu também". Ou antes, tudo depende de que tipo de amor se declara. Se o amor que você declara é falta (como em Platão, mas a questão não é ser platônico ou não em termos de doutrina, a questão é estar ou não em Platão; eu nunca fui platônico, mas vivo com frequência em Platão, como todo o mundo: toda vez que amamos o que falta, estamos em Platão), quando você diz "Eu te amo", isso significa "Você me falta" e portanto "Eu te quero". Então é, sim, pedir alguma coisa, é até mesmo pedir tudo já que é pedir alguém, já que é pedir a própria pessoa! "Eu te amo: quero que você seja minha." Ao passo que dizer "Estou contente com a ideia de que você existe" não é pedir absolutamente nada: é manifestar uma alegria, em outras palavras um amor, que, é claro, pode ser acompanhado de um desejo de união ou de posse, mas que não poderia ser reduzido a ele.Tudo depende do tipo de amor de que se dá prova, por que tipo de objeto. E aí que residem, explica Spinosa, "toda a nossa felicidade e toda a nossa miséria". Então saio do amor físico, dionísico, para o extra físico, espiritual, saio da razão para a fé, com essa psicografia de uma entidade que assinou: Um Espírito de amor.
Amor, guerra de todos nós.

Há o amor, fonte de intermináveis batalhas da alma humana e do coração. Paixão dos amantes, dos pais, dos filhos, do espírito e da humanidade. O amor é tudo e nos apaixonamos por ele constantemente, perdidamente. Amar sem medidas, amar estacando a paixão, pois essa é como brasa que fica coberta pela cinza, só queima quando tocada. Vamos combater pelo amor, soldados da humildade, do ideal espiritual que se encontra em nossa consciência. Vamos nos revestir com a cota de malha do amor e com a espada de luz, romper as trevas da insegurança, da piedade e do desamor que invadiram esse planeta, nossa casa, nosso lar amado, nossa esperança. Uma guerra sim, uma guerra de amor, todos pedindo ao pai, que hoje saibamos amar mais do que ontem e amanhã mais do que hoje. Que saibamos nos amar e a nosso próximo. Vamos cerrar fileiras com os estandartes do amor, da vida e da luta por um ideal de justiça e de misericórdia seguindo nos caminhos apontados pelo Mestre. Não espera ouvir o barulho dos canhões, nem o troado da metralha, apenas ouviras os hinos de louvor e as orações ao pai universal para que o nosso mundo vença e permaneça para sempre. Que assim seja irmãos, Paz e Luz. 
Um Espírito de Amor

11/13/17

Desejo, Amor e Esperança ou a Felicidade Desesperada


Desejo, Amor e Esperança ou a Felicidade Desesperada
"Há duas catástrofes na existência", dizia George Bernard Shaw: "a primeira é quando nossos desejos não são satisfeitos; a segunda é quando são." Frustração ou decepção. Sofrimento ou tédio. Inanição ou inanidade. É o mundo do Eclesiastes tudo é vaidade e correr atrás do vento, Ilusão? talvez!
O Homo Sapiens durante a revolução cognitiva a 2,5 milhões de anos já buscava satisfazer seus desejos, mesmo que para isso tivesse em seu ideal, exterminar os Nendertais da Europa e do Oriente Médio. E conseguiu, Alias, O sapiens é cirúrgico quando se trata de extinção, seja lá do que for. Foi assim que aconteceu com a mega fauna Australiana e a Americana e então, por fim, restou como única espécie humana. Assim, ele tem inato em seu espirito, em sua natureza e DNA, o desejo, o amor e a esperança. Mas como se definem? De fato, quem não deseja ser feliz? A busca da felicidade é a coisa mais bem distribuída do mundo. Estou com alguns séculos de atraso nessa argumentação, mas vou seguir a onda, que onda? a da sabedoria, da filosofia antiga ou à antiga, da ética, da felicidade. O fato é que o ponto de partida, em filosofia, foi reatar com essa velha questão grega e filosófica, a questão da felicidade, da vida boa, da sabedoria. Não tenho escolha, não teria podido filosofar de outro modo a não ser seguindo Montaigne ou Descartes, Spinoza ou Alain, Mareei Conche e ainda Louis Althusser. O essencial é antes de mais nada não se mentir. Não se mentir sobre a vida, sobre nós mesmos, sobre a felicidade. Então se você é feliz, é evidente que não tenho nada a lhe dar. Se tua felicidade é verdadeira, então tu és mais sábio do que eu, logo, o que um sábio teria a fazer com um discípulo da filosofia? Esse é o ponto de partida não somos felizes, ou não o somos suficientemente, ou demasiado raramente. Mas por quê? filosofar serve para aprender a viver, se possível antes que seja tarde demais, antes que seja absolutamente tarde demais." nunca é "nem cedo demais nem tarde demais" para filosofar, já que nunca é nem cedo nem tarde demais para "assegurar a saúde da alma", em outras palavras para aprender a viver ou para ser feliz. Temos aqui uma ideia de felicidade, E a ideia de Pascal todo homem quer ser feliz, inclusive o que vai se suicidar. Se ele comete suicídio, é para escapar da infelicidade; e escapar da infelicidade ainda é se aproximar, pelo menos tanto quanto possível, de uma certa felicidade, nem que ela seja negativa ou o próprio nada. Não se escapa do princípio de prazer: querer escapar-lhe (pela morte, pelo ascetismo...) é ficar submetido a ele. Portanto temos um desejo de felicidade, e esse desejo é frustrado,decepcionado, ferido.
O que é o desejo? O que é o amor?
Sócrates dá a seguinte resposta: o amor é desejo, e o desejo é falta. E Platão reforça: "O que não temos, o que não somos, o que nos falta, eis os objetos do desejo e do amor." Essa ideia vai até os dias de hoje. Por exemplo, em Sartre: "O homem é fundamentalmente desejo de ser" e "o desejo é falta". É o que nos fada ao nada ou à "caverna", digamos ao idealismo: o ser está alhures, o ser é o que falta! Na medida em que Platão tem razão, ou na medida em que somos platônicos (mas no sentido de um platonismo espontâneo), na medida em que desejamos o que nos falta, é impossível sermos felizes. Por quê? Porque o desejo é falta, e porque a falta é um sofrimento. Como você pode querer ser feliz se lhe falta, precisamente, aquilo que você deseja? No fundo, o que é ser feliz? ser feliz é ter o que se deseja. Mas, se o desejo é falta, só desejamos, por definição, o que não temos. Ora, se só desejamos o que não temos, nunca temos o que desejamos, logo nunca somos felizes. Não que o desejo nunca seja satisfeito, a vida não é tão difícil assim. Mas é
que, assim que um desejo é satisfeito, já não há falta, logo já não há desejo. Assim que um desejo é satisfeito, ele se abole como desejo: "O prazer" escreverá Sartre, "é a morte e o fracasso do desejo." E, longe de ter o que desejamos, temos então o que desejávamos e já não desejamos. Como ser feliz não é ter o que desejávamos mas ter o que desejamos, isso nunca pode acontecer (já que, mais uma vez, só desejamos o que não temos). De modo que ora desejamos o que não temos, e sofremos com essa falta, ora temos o que, portanto, já não desejamos. Não há amor feliz na medida em que o desejo é falta, a felicidade é perdida.
Por fim, a Esperança 
Porque o desejo é falta e, na medida em que é falta, a felicidade necessariamente é perdida. É o que se chama de as armadilhas da esperança - sendo a esperança a própria falta no tempo e na ignorância. Só esperamos o que não temos. somos tanto menos felizes quando mais esperamos ser felizes. Estamos constantemente separados da felicidade pela própria esperança que a busca. A partir do momento em que esperamos a felicidade ("Como eu seria feliz se..."), não podemos escapar da decepção seja porque a esperança não é satisfeita (sofrimento, frustração), seja porque ela o é (tédio ou, mais uma vez, frustração: como só podemos desejar o que falta, desejamos imediatamente outra coisa e por isso não somos felizes...). É o que Woody Allen resume numa fórmula "Como eu seria feliz se fosse feliz". É impossível portanto que ele o seja algum dia, já que está constantemente esperando vir a sê-lo. o que é então a esperança? É um desejo não podemos esperar o que não desejamos. Toda esperança é um desejo; mas nem todo desejo é uma esperança. O desejo é o gênero próximo, como diria Aristóteles, do qual a esperança é uma espécie. Muitos responderão que é um desejo referente ao futuro. Mas não é o caso de toda esperança, uma esperança é um desejo referente ao que não temos, ou ao que não é, em outras palavras, um desejo a que falta seu objeto. É o desejo segundo Platão. E é de fato o motivo pelo qual, na maioria das vezes, a esperança se refere ao futuro porque o futuro nunca está aqui, porque do futuro, por definição, não temos o gozo efetivo. É por isso que esperamos, esperar então, é desejar sem gozar. É por isso que, a esperança se refere na maioria das vezes ao futuro porque o futuro, na maioria das vezes, é desconhecido. Se for conhecido, já não será objeto de uma esperança. Só se espera o que se ignora quando se sabe, já não há por que esperar. A esperança e o conhecimento nunca se encontram, em todo caso nunca têm o mesmo objeto nunca esperamos o que sabemos; nunca conhecemos o que esperamos. Se alguém lhe disser "Quero que faça um dia bonito amanhã", você poderá responder: "Você, pode dizer 'quero', mas a verdade é que você espera, porque não depende de você." Só esperamos o que somos incapazes de fazer, o que não depende de nós. Quando podemos fazer, não cabe mais esperar, trata-se de querer. a esperança é um desejo cuja satisfação não depende de nós. esperar é desejar sem gozar; esperar é desejar sem saber. Podemos acrescentar: esperar é desejar sem poder.
Se as premissas são verdadeiras, a conclusão é verdadeira, ou será que não? podemos supor uma encruzilhada aqui. O desejo é a própria essência do homem; mas há três maneiras principais de desejar, três ocorrências principais do desejo: o amor, a vontade, a esperança. Então toda essa argumentação pode ser reorganizada, por abstração, buscando uma felicidade real e uma esperança que realmente seja. Podemos falar de ato e potencia, podemos falar de fé. Mas isso fica para o próximo Jour de bonheur. Que sejamos menos felizes do que os outros imaginam ou que finjamos sê-lo, é evidente; mas, apesar de tudo, não tão infelizes quanto deveríamos ser.

Nas Sociedades modernas, Os valores são atemporais. Tudo o que importa é o dinheiro.  Logo, Aproveite os resultados...   Para sair do atual ...