1/14/18

Reforma Intima, você já fez a sua?


Reforma  Intima,  você já fez a sua?

“Não há reforma para o que não se estraga. O espírito é o mesmo em todos e só necessita de uma coisa: desenvolvimento.” ( Herculano Pires 1914 – 1979)

Bonjour, Ça va bien?
Uma característica fundamental do homem que se diz religioso é proceder à reforma íntima de si próprio. Essa metanóia – mudança essencial de pensamento ou de caráter, transformação espiritual – é um processo fundamental para a construção do homem novo a que se refere Paulo (Efésios, 4: 22-24): “Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido pelas concupiscências enganadoras. Renovai sem cessar o sentimento da vossa alma, e revestivos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade.”.  Sempre presente nas religiões esse Deus antropomorfo idealizado a imagem e semelhança do Homem, acredito ser essa uma das maiores pretensões humanas querer se igualar (fisicamente) a um ser Imaterial e eterno que não conhecemos e nunca vimos. Sou repetitivo as vezes, faz parte de mim, acredito que o conhecimento deve ser sim repetido para que eu lembre e para que os outros não esqueçam. Se considerar a imagem e semelhança de uma entidade onisciente e transcendente, já não engloba uma ideia de reforma, mas sim de perfeição. Trago então o conceito de Reforma Intima vivida pelos Espíritas e muitos Espiritualistas e depois o mesmo conceito idealizado por Herculano Píres que também era espírita.

O que é a Reforma Íntima segundo o espiritismo? A Reforma Íntima é um processo contínuo de auto conhecimento da nossa intimidade espiritual, modelando-nos progressivamente na vivência evangélica, em todos os sentidos da nossa existência. É a transformação do homem velho, carregado de tendências e erros seculares, no homem novo, atuante na implantação dos ensinamentos do Divino Mestre, dentro e fora de si. A Reforma Intima é então um meio de nos libertarmos das imperfeições e de fazermos o trabalho de burilamento dentro de nós. O que seria compatível com as aspirações que nos levam ao aprimoramento do espírito. Como fazer então a reforma intima dentro da Doutrina Espírita? Quando decidimos iniciar o trabalho de melhorar a nós mesmos, o meio mais efetivo é a escola de aprendizes ( ESDE) cujo objetivo central é exatamente esse. Com a orientação dos dirigentes, num regime disciplinar, apoiados pelo próprio grupo e pelas orientações  da espiritualidade conseguimos  vencer as naturais dificuldades de tão nobre empreendimento, e transpomos as nossas barreiras. Mas também, até sozinhos podemos fazer a nossa reforma intima, desde que nos empenhemos com afinco e denodo, vivendo coerentemente com os ensinamentos de Jesus.  (Extraído do manual Prático do Espírita)

 Vejamos a seguir a definição de Herculano Píres,  filósofo espírita, escreveu perto de oitenta livros sendo considerado um  dos autores mais críticos dentro do movimento e que defendia o conceito de pureza doutrinaria, segundo a qual era preciso preservar a doutrina de todo tipo de  mística e esoterismo. Segue então o conceito de HP sobre a reforma intima. 

“ O Espiritismo não criou igrejas, não precisa de templos suntuosos e tribunas luxuosas com pregadores enfatuados. Não tem rituais, não dispensa bênçãos, não  promete Lugar celeste a ninguém, não confere honrarias em títulos ou diplomas especiais, não disputa regalias oficiais. Sua única missão é esclarecer, orientar, indicar o caminho da autenticidade humana e da verdade espiritual do homem. Se não compreendermos isso e nisso não nos integrarmos estaremos sendo pedras de tropeço para os que desejam realmente evoluir, não por fora, mas por dentro. E esse por dentro não quer dizer reforma, mas desenvolvimento das potencialidades do espírito. A teoria da reforma intima é um engodo que levou muitos companheiros aproveitáveis à vaidade adulteradora. Não há reforma para o que não se estraga. O espírito é o mesmo em todos e só necessita de uma coisa: desenvolvimento. Enquanto não desenvolver a sua capacidade de compreender, analisar, julgar, discernir e respeitar a verdade não terá condições para modificar-se por dentro. Mesmo porque essa modificação só pode ocorrer pelo esforço pessoal de cada um. A expressão reforma intima é inadequada, pois implica a ideia de substituição de coisas, conserto, modificação em disposições internas, como numa casa ou numa loja. As disposições internas do espírito correspondem ao seu grau de evolução, como nos mostra a Escala Espírita de Kardec. O espírito é vida e não arranjo. Seu desenvolvimento depende de experiências, estudos, reflexão — tudo isso com mente aberta para a realidade e não fechada em esquemas artificiais. Ninguém se reforma nem pode reformar os outros. Mas todos podem superar as suas condições atuais, romper os limites em que a mente se fechou e transcender-se. Os modelos de figurino espiritual são inócuos e até mesmo prejudiciais. A responsabilidade espírita é individual, cada qual responde por si mesmo e não pode prender-se a supostos mestres espirituais. Um espírita que se sujeita às lições de um mestre pessoal não é espírita, é um beato seguindo Antônio Conselheiro. O despertar da consciência na experiência é o seu caminho único de progresso. Ele não confia em palavras, mas nos fatos. Não busca a ilusão de uma salvação confessional, mas aprofunda-se no conhecimento doutrinário para saber por si mesmo onde pisa e para onde vai… Os que precisam de mestres não confiam em si mesmos, fazem-se ovelhas de um rebanho. No Espiritismo não há rebanhos nem pastores: há trabalho a fazer, afinidades a estabelecer entre companheiros em pé de igualdade, toda uma batalha a vencer, há os pesados resíduos teológicos, supersticiosos e obscurantistas que esmagam a ingenuidade das massas. O Espiritismo é uma tomada de consciência da responsabilidade do homem na existência, da sua liberdade e da sua transcendência. Os espíritas que ainda se alimentam de leite — como escreveu Paulo — precisam tratar de crescer e alimentar-se de coisas sólidas, consistentes.  Por Herculano Pires no livro “Curso Dinâmico de Espiritismo”  


Dentro do mesmo paradigma doutrinário, dois conceitos diferentes. Fico com o de HP. Podemos ter um terceiro?  onde está o limite, a linha divisória dentro da religião para a verdade e os paralogismos humanos.  Como usar as qualidades do ser humano e sua moral, seus padrões de crescimento evolutivo para o espírito se não sabemos com absoluta certeza quais os padrões que norteiam essa entidade em seu real plano? Não podemos usar a autoridade dos outros para afirmar o que é e o que não é.  Não creio ser a religião e seus dogmas o  caminho para reforma espiritual, muito menos para evolução. A religião te engessa, te bloqueia a liberdade do pensamento quando te indica como agir e como pensar.  A religião te faz dobrar os joelhos, o conhecimento te dá assas dizia alguém no mundo da vida.  A matéria e a anti matéria,  o átomo  e a inexistência dessa mesma matéria ou substancia , a consciência subjetiva e a sombra da inconsciência submersa nos arquivos do Dna humano e das sinapses cerebrais  nos fazem argumentar em vão, ainda engatinhamos no espírito, longe da perfeição na matéria queremos imprimir qualidades materiais deste plano para nos servirem em uma próxima etapa em uma suposta jornada espiritual norteada pela cultura religiosa humana.  Conhece-te a ti mesmo, busca teu caminho na moral, comprovada e justificada  pela lógica, respeita toda forma de vida sobre o teu planeta e vive pelo teu trabalho, protege  os teus amores,  sonha os teus desejos e vive cada dia com humildade, usando a cultura empírica que adquiriste com o passar dos anos como lastro, E aguarda então tranquilo no final, talvez um novo inicio, uma nova programação, um novo paradigma, uma nova escola. Quem sabe algo que ninguém viu, sonhou ou idealizou para ti, para nós. Surpresa do demiurgo que nos brindou até hoje, com tantos mistérios, tão numerosos quanto a imensidão do universo.       

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